16/04/2024

Martin Heidegger e a questão da verdade

LOCAIS DO EVENTO 16/abril - UFPB - sala de multimídia C - CCHLA 17 e 18/abril - UFRJ - IFCS - 3º andar -sala Celso Lemos Largo São Francisco de Paula,

É possível traduzir ?λ?θεια? Martin Heidegger e a questão da verdade

Para Heidegger, desde os anos 20 do século passado, a tradução de ?λ?θεια por veritas/verdade, juntamente com o conceito formal de verdade como adequação do enunciado às coisas, tornou-se problemática e digna de ser questionada.

Em Ser e tempo e na preleção Da essência da verdade, Heidegger chega a defender que a verdade do enunciado deriva de uma “verdade” anterior, direta, situada no comportamento prático. Para conferir peso a esta tese, advoga um retorno aos gregos e não hesita em recorrer a Aristóteles, negando, categoricamente, que o Estagirita tivesse, alguma vez, defendido que o “lugar” originário da verdade fosse o juízo. Heidegger, por sua vez, traduz ?λ?θεια por desvelamento (Unverborgenheit), acentuando precisamente o caráter privativo presente no “alfa” inicial da palavra.

Ao pronunciar ?-λ?θεια, Heidegger acaba conferindo protagonismo ao velamento em detrimento do disponível e do manipulável, do que se pode sempre constatar, assegurar, comprovar. Em O fim da filosofia e a tarefa do pensamento, porém, o filósofo alemão afirma que “a questão da Alétheia, a questão do desvelamento como tal, não é a questão da verdade.

Foi por isso inadequado e, por conseguinte, enganoso denominar a Alétheia, no sentido da clareira, de verdade”. Tendo em vista a centralidade do conceito para todo o percurso de sua reflexão, as consequências de tal constatação são múltiplas e complexas.

No presente Simpósio, que reunirá pesquisadores e pesquisadoras de diversas Universidades do país e do exterior, refletiremos sobre o futuro do questionamento heideggeriano acerca da essência da verdade, diante notadamente dessa constatação central e tardia do próprio Heidegger.

Link: https://francismir.wixsite.com/simposiomartinheideg