09/11/2023

Alteridade e reconhecimento a partir de Levinas

A obra parte de um desafio que o pensamento de Emmanuel Levinas nos impõe, em forma de paradoxo. Conciliar o sentido ético que, segundo ele, marca a origem de tudo o que é significativo para a realidade humana, com a tarefa de uma transposição desse mesmo sentido para o âmbito do mundo social, da comunidade inter-humana, do existir no interior de um Estado. Este paradoxo, compreendido a partir do olhar fenomenológico, reflete sobre o reconhecimento altruísta em um mundo de aniquilação das diferenças. Esse reconhecimento, ao contrário do emitido por Hegel e Honneth, tem por características: a assimetria e a não-reciprocidade entre as partes. Hegel e Honneth, cada um, encontrou três esferas para o reconhecimento simétrico e recíproco. Hegel as denominou de Família, Sociedade Civil e Estado. Honneth preferiu chamá-las de Amor, Direito e Solidariedade. Entretanto, até o momento, entre os intérpretes e estudiosos de Levinas, inclusive, no próprio filósofo, não foram expostas explicitamente as formas do reconhecimento altruísta. Este livro procura suprir essa lacuna, posto que, traz como resposta ao paradoxo proposto a descrição das três etapas do reconhecimento altruísta, criadas por mim, quais sejam: Abnegação, Amizade e Direito. Portanto, ao se responder ao paradoxo, o Eu é convocado ao engajamento e à responsabilidade ao apelo do Rosto do Outro, como também é chamado à realização do Bem, enquanto manifestação da justiça e do direito iluminado pela ética, procurando construir uma sociedade mais aberta, pluralista, igualitária e mais digna para se viver.

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