24/04/2025
Quadrilogia filosofia da música, volume 1: Beethoven e a filosofia
Belo Horizonte
O presente volume recepciona a pessoa leitora para um conjunto de artigos que examinam, em sua particularidade, as interseções entre a música e a filosofia, tomando como eixo central Beethoven. Este volume, sem dúvidas, tem seus méritos. A ideia norteadora atravessa da estética musical à filosófica moderna e contemporânea, que se faz presente nos subsequentes capítulos. O primeiro capítulo do volume é, por sua vez, sobre a 9ª Sinfonia. Não apenas como uma expressão artística singular, mas como um marco cultural e político que ecoa há dois séculos, o autor Eduardo Rodrigues traz à cena em sua escrita as múltiplas faces receptivas, para o plano político, da Magnum opus beethoveniana. Na sequência do livro, ao longo dos capítulos 2 e 3, são discutidos a influência de pensadores como Schopenhauer e Kant na obra e na concepção musical de Beethoven. Para isso, no segundo capítulo, “Schopenhauer e Beethoven”, Luan Corrêa da Silva traz uma abordagem profunda e rigorosa em torno da relação entre a filosofia schopenhaueriana e a obra do compositor. No terceiro capítulo, por sua vez, Maria de Lourdes Borges e o maestro Pablo Rossi, com o artigo intitulado “A influência de Kant sobre Beethoven: da Razão ao Sublime”, tratam da presença do pensamento kantiano na música de Beethoven. No percurso do artigo, ambos ressaltam a transição do racionalismo para a busca do sublime e do transcendental, elementos fundamentais na construção de sua identidade artística. Por fim, no quarto capítulo, temos o artigo “Modelo paradigmático da filosofia da música: Beethoven”, traduzido por Luís Filipe Andrade. O autor é Hans-Joachim Hinrichsen, professor emérito do Instituto de Musicologia da Universität Zürich. Em seu texto, ele elabora uma revisão bibliográfica salutar em torno da reflexão sobre como Beethoven se tornou um arquétipo essencial para a compreensão filosófica da música.