18/09/2023

Cadernos Arendt - Dossiê Hannah Arendt e a Banalidade do Mal

Teresina, Piauí

Há 60 anos Hannah Arendt publicou seu relato sobre o julgamento do criminoso nazista Adolf Eichmann em Jerusalém. Uma das obras mais polêmicas do século XX, provocou grande escândalo ao indicar a cooperação de parte dos Conselhos Judaicos com nazistas como Eichmann e ao sustentar que ele não era um monstro, mas alguém em quem se podia reconhecer a banalidade do mal, um mal superficial e ilimitado desarraigado das motivações dos agentes, sendo antes resultado de um consciencioso cumprimento do dever.

Aparentemente sem se dar conta inteiramente do quanto suas considerações sobre as questões morais do caso Eichmann desafiavam compreensões amplamente difundidas sobre a natureza do mal, Arendt doravante se dedicou, na última década de sua vida, a reflexões sobre a natureza desse mal que não se deve ao cair em tentação ou a perversões da natureza humana, tendo por horizonte a questão sobre se o pensamento reflexivo, o diálogo do indivíduo consigo mesmo que acaba por constituir sua consciência e sua personalidade, podia evitar ao menos o mal não deliberado dos indivíduos que se deixam levar pelo que está valendo.

No vol. 4, nº 8 dos Cadernos Arendt, convidamos os interessados a contribuir com artigos para o dossiê intitulado “Hannah Arendt e a banalidade do mal”. Receberemos contribuições tanto sobre temas diretamente relacionados com a obra Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal (1963) quanto sobre as reflexões de Arendt sobre banalidade do mal, ética e as atividades espirituais. Também serão bem-vindas contribuições que estabelecem diálogo entre as reflexões de Arendt sobre esse tema e autores com quem ela dialogou ou que foram influenciados por suas reflexões.

Data limite para envio: 30 de novembro de 2023.

Editor: Prof. Dr. Adriano Correia (UFG)

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